domingo, 6 de junho de 2010

A noite

O corpo da noite tem as medidas da janela do quarto. O vento empurra as vidraças e estilhaça a moldura que continha a escuridão. A noite invade todo o espaço, a pele dilatada pelo sopro que vem do mar cola-se às paredes, à roupa deixada nas costas da cadeira, à cama por fazer. Ao tocar a lâmpada acesa do candeeiro, rebenta. No soalho luzem pedaços de balão.

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