sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Ausência

Estes dias de inverno disparam flashes de luz fria que me cegam por instantes e te acordam em mim. Com os dedos, sacudo o sono dos olhos, espregiço-me por dentro das mangas do casaco, pressinto, entre todos os outros, os passos que se aproximam. Não sais do carro, não acenas do outro lado da rua, não me esperas à porta de um andar vazio. Não sorris, não me beijas, não dizes olá. Dir-se-ia que não estás aqui. Talvez só eu saiba que colado ao meu corpo caminha um outro corpo. Riu-me cada vez que os meus pés tropeçam nos teus pés, e só não caio porque os teus braços me seguram.

3 comentários:

Porfirio Silva disse...

Até quando, a ausência?

Selenite disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Teresa Diogo disse...

A resposta à tua pergunta nasceu e foi registada com o nome de Ausência II. As tuas perguntas são difíceis, mas produtivas. Espero por elas, sempre.