Assim me despeço do que não chegou a ser,
no final do ano - o tempo que se escoou em surdina entre slogans da multidão,
nas despedidas sem o grão da voz ou uma vaga penumbra no olhar - um vislumbre de homens que não vestem e despem clandestinidades à medida, coçadas nos cotovelos de tanto usar,
no tempo das romãs - a revelação da exuberância dos bagos, a fome saciada,
hoje - estilhaços de futuro em rostos que não se confundem.
As pontas dos dedos, absortas na minúcia do gesto, aconchegam uns contra os outros os rebordos das peças do puzzle.
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